Apoiados por programa do GDF, judocas de Brasília conquistam medalhas em Lima

Nicole Marques foi prata e Isadora Cavalcante, bronze; ambas viajaram para o Peru com apoio do Compete Brasília, que já atendeu 1,4 mil atletas só neste ano
O judô é o esporte que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil até hoje – 24 ao todo, sendo quatro de ouro, três de prata e 17 de bronze. Também foi a modalidade que conferiu a primeira medalha individual a uma mulher do país, nos jogos de Pequim, em 2008. A responsável pelo feito? A brasiliense Ketleyn Quadros.
O ano de 2008 também foi o do nascimento de Nicole Marques. Hoje, aos 16 anos, ela treina no mesmo tatame em que Ketleyn deu os primeiros golpes, em Taguatinga, e caminha firme para seguir os passos da referência: no último mês, conquistou cinco medalhas em competições mundo afora, entre elas, a prata na Copa Pan-Americana Sub-21, em Lima, no Peru. Tudo graças ao auxílio do programa Compete Brasília, do Governo do Distrito Federal (GDF).
“Eu já tive muitos títulos, tanto nacionais quanto internacionais. Comecei no judô bem novinha, com 1 ano e 8 meses, e foi por pura e espontânea vontade, desde pequena eu sempre gostei muito”, lembra a atleta. “Se não fosse esse projeto, eu não teria viajado para metade dos campeonatos de que já participei. O Compete Brasília me ajuda muito com as passagens; não só eu, como vários atletas da cidade.”
De fato, são vários os atendidos pelo programa. Precisamente, 1.396, só de janeiro a junho deste ano, com aporte de R$ 2,1 milhões. Em todo o ano passado, foram 4 mil beneficiados, com investimento de R$ 8 milhões. O objetivo da iniciativa é financiar a participação de atletas e paratletas de alto rendimento em competições dentro e fora do país. Para se inscrever, não há limite de idade ou de renda. A solicitação deve ser feita pelo site da Secretaria de Esporte e Lazer, atendendo ao prazo de 40 dias antes para competições nacionais e 60 dias para as internacionais.
Treinador de Nicole Marques, Robert Marques ressalta a importância do Compete Brasília para que a atleta se mantenha entre as melhores
Também com uma trajetória construída no judô, os pais de Nicole, Robert e Phylis Marques, são hoje os treinadores dela e reforçam a importância do programa. “Na minha época não tinha esse incentivo. Isso viabiliza bastante para que eles possam se manter no alto rendimento no meio competitivo. A Nicole mesmo, graças ao Compete Brasília, no ano passado conseguiu atingir o ranking para lutar o Mundial. Este ano, a briga está sendo a mesma”, aponta Robert.
Phylis Marques, por sua vez, destaca a dedicação da jovem desde cedo: “Ela sempre foi assim, sempre quis fazer tudo melhor e sempre foi muito competitiva. Ela que quis, a gente nunca falou: ‘Vai para tal competição’. É ela que pega o calendário e fala: ‘Para essa eu vou’”. As próximas datas e locais já estão bem circulados no calendário de Nicole, que almeja Los Angeles 2028: “Quero estar na Olimpíada”.
Mais medalhas
Isadora Cavalcante foi a competições no Peru e na Polônia com fomento do Compete Brasília
Nicole não foi a única atleta apoiada pelo Compete Brasília a voltar de Lima com medalha. Isadora Cavalcante, 17 anos, trouxe um bronze na mala. “Foi uma experiência boa, novas pessoas, pessoas mais velhas. O ritmo de competição é muito bom”, avalia. No judô há oito anos, ela já competiu em diversos estados brasileiros e foi à Polônia no ano passado, com auxílio do programa do GDF.
“O retorno das atletas do Pan-Americano de Judô com uma medalha de prata e outra de bronze é uma grande conquista para o esporte no Distrito Federal. O Compete Brasília tem desempenhado um papel fomentador no que diz respeito ao apoio aos nossos atletas, garantindo que eles tenham as melhores condições para competir e vencer. Estamos extremamente orgulhosos de todos os nossos atletas que representam o DF com tanto talento e dedicação”, enfatiza o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira.
Orgulho também é o sentimento da mãe de Isadora, Carolina Cavalcante. “Eu fico emocionada e fico também muito agradecida, porque o resultado da Isadora não é só o resultado dela, é o resultado de uma equipe que, no judô, é quase invisível. Mas tem muitas mãos ajudando. Inclusive, a mão do governo”, afirma Carolina. “Se não fosse o Compete, a Isadora não teria rodado dentro do Brasil e fora, como ela tem feito”.
Fonte: Ag. Brasilia