Bolsonaro exonera ministro de Minas e Energia após criticar Petrobras

Bolsonaro exonera ministro de Minas e Energia após criticar Petrobras

Mudança no comando do ministério acontece em meio às fortes críticas do presidente aos reajustes de preços da Petrobras

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro  trocou o comando do Ministério de Minas e Energia, em meio às fortes críticas que vem fazendo aos reajustes dos preços dos combustíveis pela Petrobras.  Bento Albuquerque foi exonerado e será substituído por Adolfo Sachsida, que era o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, aliado do ministro da Economia, Paulo Guedes. 

A troca foi publicada na edição desta quarta-feira, 11, no Diário Oficial da União (DOU). A informação oficial é que a exoneração foi feita a pedido de Bento Albuquerque.

No Twitter, Sachsida afirmou que este é um dos seus maiores desafios profissionais. “Com muito trabalho e dedicação espero estar à altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus vamos ajudar o Brasil”, escreceu.

No post, o novo ministro também agradece ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança, a Guedes pelo apoio, e ao ex-ministro Bento Albuquerque “pelo trabalho em prol do País”.

A demissão ocorre no momento em que o Estadão revela que o presidente Jair Bolsonaro mudou de posição e passou a apoiar um projeto que prevê aporte de R$ 100 bilhões na construção de gasodutos que beneficiam o empresário Carlos Suarez e seus sócios em oito distribuidoras de gás. Eles são os únicos a ter autorização para distribuir gás encanado em oito Estados do País.

Sob o argumento de que a proposta concentrava “a destinação de recursos públicos em infraestrutura, que deveria ter seus investimentos promovidos pelo setor privado”, Bolsonaro chegou a ser contra o plano, mas mudou de ideia. O novo entendimento ocorreu depois que Bolsonaro se assumiu como integrante do Centrão.

Lucro ‘estupro’

A mudança ocorre poucos dias após a divulgação de um lucro bilionário da Petrobras, que Bolsonaro definiu como ‘estupro’  durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira, 5. O presidente fez apelos, aos gritos, para que a empresa não volte a aumentar o preço dos combustíveis no Brasil, citando o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, os diretores e o presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho. Quatro dias após a live, na segunda, 9, a Petrobras anunciou uma alta de 8,87% no preço de venda do óleo diesel nas refinarias.

Bolsonaro tem usado eventos públicos e transmissões nas redes sociais para pressionar o comando da petroleira. Ele diz que a Petrobras “tem gula enorme” e “tem gordura” para “adotar responsabilidade” e não subir o preço dos combustíveis no País. “Vocês têm lucro de 30%. Dá para resolver isso aí”, disse na ocasião. 

Bolsonaro fez novos ataques pouco antes da divulgação pela Petrobras do resultado do primeiro trimestre deste ano, quando a empresa teve lucro de R$ 44,561 bilhões, valor 3.718% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Minutos antes, ele havia dito que “fontes dizem que o lucro da Petrobras para esse trimestre poderá chegar a R$ 40 bilhões” – o número constava em previsões de bancos.  

Porém, após uma sequência de críticas, Bolsonaro afirmou que não iria interferir na companhia. “Eu não mando na Petrobras. Tem uma pesquisa aí dizendo que 70% são favoráveis a que governo interfira na Petrobras. Isso é irresponsabilidade”, disse. Mesmo assim, a estatal já teve três presidentes diferentes durante o mandato de Bolsonaro: Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho.

Conta de luz

O Ministério de Minas e Energia também está sob um fogo cruzado entre a Câmara e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com apoio do presidente Arthur Lira (Progressistas-AL), os deputados querem suspender os aumentos das tarifas de energia de distribuidoras estaduais aprovados este ano pela agência. A proposta é deixar os aumentos para 2023 para não afetar as eleições. Distribuidoras falam em quebra de contrato e risco de danos ao setor elétrico.

Com informações do Estadão

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Lairson Bueno

Lairson Rodrigues Bueno, advogado OAB DF 19407, especialista em Direito Penal, atuando na região Centro Oeste, e, estados de São Paulo e Piauí. É formado em Direito pela UCDB - Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), cursou Estudos Sociais pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e, Teologia pela FE - Faculdade Evangélica de Brasília, pós graduado em Direito Penal e Formação Sócio Econômica do Brasil pela UNIVERSO-Universidade Salgado de Oliveira de Niterói (RJ). Mais de 70 cursos de qualificação e atualização profissional. Cursou Espanhol Básico e advogou na fronteira com o Paraguai. Ex-funcionario do Banco do Brasil por 12 anos e de cargos comissionados nas Administrações Públicas por 10 anos. Ex-presidente das Subseções da OAB por 3 mandatos, sendo dois mandatos por Samambaia (DF) e um por Taguatinga (DF). Contatos: (61) 9-8406-8620 advbueno@hotmail.com

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