URGENTE: Israel recomenda remanejar os 2,2 milhões de palestinos de Gaza para o Sinai após a guerra
Migração forçada da população do enclave é descartada, de antemão, pelo Egito.
A questão que inevitavelmente acompanha a determinação de Israel em avançar suas tropas na Faixa de Gaza é sobre o destino do enclave depois que o objetivo de destruir o Hamas for alcançado.
Um documento elaborado pelo Ministério da Inteligência de Israel e vazado pela mídia israelense dá pistas sobre o que o governo pode cogitar para o território: a realocação de sua população para a Península do Sinai, no Egito.
A recomendação de transferência forçada de 2,2 milhões de habitantes de Gaza para acampamentos no Sinai está descrita num documento de 10 páginas, divulgado na semana passada pelo site de notícias econômico “Calcalist” e reproduzido depois pelos principais jornais israelenses.
Essas “cidades de barracas” construídas para absorver a população expulsa, que não teria a opção de retornar ao território israelense, seriam transformadas em cidades permanentes no norte do Sinai. Ali seria implementada também, de acordo com o documento, uma zona tampão de alguns quilômetros de extensão, que impediria que os refugiados se aproximassem da fronteira de Israel.
Uma migração populacional forçada geraria, por consequência, a condenação internacional a Israel. Paralelamente à expulsão, específica à proposta do ministério israelense, o governo mobilizaria o apoio de outros países, especialmente os EUA, para levar o seu plano adiante.
Faltou, porém, combinar com os egípcios. O presidente Abdel Fattah El-Sisi descartou, de antemão, absorver a população palestina oriunda de Gaza e recebeu a promessa do presidente Joe Biden, durante a visita que fez à região, de que não haveria deslocamentos de refugiados para o Egito.
Os EUA também se opõem à ideia de remanejamento populacional, segundo expressou também o secretário de Estado Antony Blinken em seu périplo pelos países árabes.
Sisi sequer aceita a possibilidade de abrir a fronteira de Rafah para a saída de cidadãos estrangeiros que estão retidos no território e querem fugir da ofensiva israelense, como o grupo de 28 brasileiros que o governo tenta retirar de Gaza.
“Transferir refugiados da Faixa de Gaza para o Sinai equivaleria a realocar a sua resistência e transformar a área numa plataforma de lançamento para operações contra Israel, além de conceder a Israel o direito de se defender, conduzindo ataques em terras egípcias”, argumentou o presidente.
Sisi disse mais: o país já enfrenta a sua própria resistência islâmica no Sinai e rejeita qualquer política de deslocamento de Israel “de resolver a causa palestina às custas de seus vizinhos”.
Após bombardeio ao campo de refugiados de Gaza, palestinos procuram vítimas
O número de vítimas deverá ser elevado: um bombardeamento atingiu vários edifícios no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza. Imagens fornecidas pelas agências de notícias AFP e Reuters mostram uma enorme cratera e uma destruição muito significativa na zona envolvente. Num vídeo filmado pela AFP TV, havia pelo menos 47 corpos envoltos em mortalhas caídos no chão no pátio de um hospital depois de terem sido retirados dos escombros – mas o número de vítimas pode ser maior. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, anunciou um número provisório de pelo menos 50 mortos e denunciou um ataque realizado pelo exército israelita.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, um míssil israelita matou mais de cinquenta pessoas e destruiu “pelo menos vinte edifícios” na terça-feira. Imagens da AFP e da Reuters mostram uma enorme cratera e uma destruição muito significativa à sua volta. O exército israelita, que bombardeia o enclave palestiniano há três semanas, não reagiu imediatamente.
Rebeldes do Iêmen atacam Israel e anunciam entrada no conflito ao lado do Hamas
Os rebeldes Houthis do Iêmen entraram na guerra entre Israel e Hamas, que acontece a mais de 1.600 quilômetros de sua sede em Sanaa.
Nesta terça-feira (31), os Houthis assumiram a autoria de ataques com drones e mísseis contra Israel.
Parte de um “Eixo de Resistência” apoiado pelo Irã, os Houthis se uniram em apoio ao Hamas, que promoveu um ataque terrorista em Israel em 7 de Outubro.
A entrada dos Houthis no conflito abre uma nova frente para o grupo que desde 2014 trava uma guerra contra uma coligação iemenita apoiada pela Arábia Saudita no Golfo.
O porta-voz militar Houthi, Yahya Saree, disse em um comunicado televisionado que o grupo lançou um “grande número” de mísseis balísticos e drones contra Israel, e que haveria mais ataques desse tipo por vir “para ajudar os palestinos à vitória”.
Os militares israelenses disseram que o sistema de defesa aéreo chamado “Arrow” interceptou um míssil no Mar Vermelho disparado em direção ao seu território.
O Arrow é um dos sistemas antiaéreos mais tecnológicos do mundo. O sistema rastreia, intercepta e destrói mísseis que possam ameaçar áreas estratégicas ou centros populacionais.
Com Agência Internacionais, Agenda e G1