Número de ministérios pode chegar a 34 na nova gestão Lula; veja os nomes mais cotados

Número de ministérios pode chegar a 34 na nova gestão Lula; veja os nomes mais cotados

Cultura, Direitos Humanos e Fazenda ressurgem na lista de novos postos para 2023; atual pasta da Economia deve ser desmembrada. Primeiros anúncios para a Esplanada dos Ministérios do governo Lula devem ocorrer entre fim de novembro e início de dezembro

Com a equipe de transição praticamente formada, os nomes cotados para os principais Pastas do novo governo Lula, ganha destaque no debate político. A expectativa é de que sejam criados ou desmembrados até onze ministérios, elevando o número total de pastas dos atuais 23 para até 34. Assim, nomes já conhecidos da política brasileira – como Henrique Meirelles e Marina Silva – figuram ao lado de novatos no ambiente político, como Flora e Bela Gil, cotadas para assumir o posto anteriormente ocupado pelo marido e pai, Gilberto Gil, à frente da Cultura.

À medida que as equipes temáticas da transição de governo vão ganhando forma, aliados próximos ao presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), passam a articular as nomeações para os cargos dos futuros ministros. Segundo auxiliar próximo a Lula, porém, o petista deve segurar as conversas e começar a anunciar os primeiros nomes apenas entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro.

Lula deixou claro esta semana, que nomes que estão integrando a coordenação de grupos temáticos da transição não necessariamente comandarão as pastas do primeiro escalão. Na quinta-feira (10/11), durante agenda com políticos aliados, o presidente eleito disse que o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), não será ministro do futuro governo, porque já é vice-presidente.

Lula declarou sobre o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin que coordena a equipe de transição: “Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro, porque é o vice-presidente”, declarou Lula na ocasião.

Atualmente, a Esplanada conta com 23 ministérios. A equipe de Lula estuda recriar pelo menos 13 postos no primeiro escalão, chegando ao total de 36. As outras 11 pastas devem ser mantidas. O número, no entanto, pode mudar ao longo da transição.

O maior imbróglio está na composição da área econômica. O atual Ministério da Economia deve ser dividido em quatro pastas: Fazenda; Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e Empreendedorismo e Economia Criativa.

Veja a lista de todos os cotados para áreas econômicas:

  • Alexandre Padilha, do PT (Fazenda), ou Saúde;
  • Aloizio Mercadante, do PT (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão);
  • Fernando Haddad, do PT (Fazenda; e Planejamento, Desenvolvimento e Gestão);
  • Gleisi Hoffmann (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão);
  • Henrique Meirelles, do União (Fazenda);
  • Márcio França, do PSB (Indústria);
  • Pérsio Arida (Fazenda);
  • Rui Costa, do PT (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão);
  • Wellington Dias, do PT (Fazenda; e Planejamento, Desenvolvimento e Gestão). 

A ideia de Lula é preparar o nome que venha a assumir o comando da Fazenda para disputar o Palácio do Planalto em 2026. Dos nove conhecidos que tentam se cacifar para as pastas a serem criadas, cinco são do PT, sigla do presidente eleito.

Ministros cotados para o novo governo Lula:

Segundo interlocutores, o presidente eleito quer que seu terceiro mandato seja diferente dos anteriores, nos quais nomes ligados ao PT, majoritariamente, comandavam os ministérios. A ideia agora é de “renovação”, e o petista quer dar mais espaço para aliados de outros partidos.

Ruídos na equipe de transição

No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete provisório comandado pelo vice-presidente eleito, o trabalho ainda não engrenou. Muitos grupos temáticos ainda estão sem nomes indicados e a disputa por espaço já provoca atritos entre os diversos partidos que compõem a base de sustentação do futuro governo. Enquanto nas entrevistas coletivas a imagem é de união entre aliados de Lula e Alckmin, nos bastidores já há quem reclame do protagonismo de alguns e da indefinição dos rumos que o novo governo pretende seguir a partir de janeiro de 2023. Os principais atritos envolvem o núcleo ligado à base do PT, que sente a perda de espaço para forças políticas mais ao centro, personificadas pelo próprio vice, Geraldo Alckmin, e a senadora Simone Tebet (MDB).

Do lado dos partidos aliados, também há queixas em relação à presença maciça de petistas ligados, principalmente, ao governo de Dilma Rousseff, que não é bem avaliado pela maioria de suas lideranças. Na sexta-feira, causou perplexidade a informação de que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e de Dilma, havia pedido ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que adiasse a escolha de seu novo presidente. O ex-ministro — considerado um dos pais da “nova matriz econômica” que levou ao aprofundamento da crise vivida pelo país e abalou de forma definitiva a sustentabilidade política da então presidente — propôs o adiamento para que o governo Lula pudesse indicar outro nome que não Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central no governo de Michel Temer (MDB) e indicado ao cargo no organismo multilateral pelo ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes.

“Quem deu a Mantega essa delegação?”, perguntou um político ouvido pelo Correio no CCBB. Ontem, o BID confirmou a data da eleição e a manutenção dos nomes já inscritos, ignorando a proposta do ex-ministro.

Guido Mantega integra o grupo temático de planejamento, orçamento e gestão do governo de transição. Sua indicação também provocou reações adversas entre aliados e no mercado financeiro, que fez a leitura de uma participação mais influente da ala chamada “desenvolvimentista” nas decisões do gabinete provisório. A presença de outro ex-ministro da Fazenda de Dilma, Nelson Barbosa, no grupo temático da economia, reforçou essa visão e ajudou a tensionar os mercados na quinta-feira.

As disputas entre os partidos de esquerda que integraram a frente ampla que elegeu Lula e os aliados de centro, incorporados à base do petista após o primeiro turno das eleições — como o MDB e o PSD (que aderiu na semana passada) —, devem se repetir em outros grupos temáticos. O capital político da senadora Simone Tebet (MDB-MS), ex-candidata à Presidência que integra o grupo de assistência social e combate à fome, já assusta as alas mais à esquerda do PT. O grupo trata de temas caros ao ideário da legenda, que não gostaria de perder o protagonismo na atenção aos mais pobres. Mas Tebet só não será ministra se não quiser.

Fonte: Agenda Capital /Estadão

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Lairson Bueno

Lairson Rodrigues Bueno, advogado OAB DF 19407, especialista em Direito Penal, atuando na região Centro Oeste, e, estados de São Paulo e Piauí. É formado em Direito pela UCDB - Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), cursou Estudos Sociais pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e, Teologia pela FE - Faculdade Evangélica de Brasília, pós graduado em Direito Penal e Formação Sócio Econômica do Brasil pela UNIVERSO-Universidade Salgado de Oliveira de Niterói (RJ). Mais de 70 cursos de qualificação e atualização profissional. Cursou Espanhol Básico e advogou na fronteira com o Paraguai. Ex-funcionario do Banco do Brasil por 12 anos e de cargos comissionados nas Administrações Públicas por 10 anos. Ex-presidente das Subseções da OAB por 3 mandatos, sendo dois mandatos por Samambaia (DF) e um por Taguatinga (DF). Contatos: (61) 9-8406-8620 advbueno@hotmail.com

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