TCU fará auditoria em tempo real no dia da eleição em todo país

TCU fará auditoria em tempo real no dia da eleição em todo país

A divulgação deste procedimento, contudo, só acontecerá caso surja um cenário de contestação pública dos resultados da apuração oficial

A cinco dias do primeiro turno das eleições deste ano, o Tribunal Contas da União (TCU) prepara a realização de um processo de auditoria em tempo real de 540 urnas espalhadas pelo País. A ideia é oferecer um processo de checagem dos resultados de maneira mais rápida. A divulgação deste procedimento, contudo, só acontecerá caso surja um cenário de contestação pública dos resultados da apuração oficial feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O procedimento divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo vice-presidente da Corte, Bruno Dantas, funcionará como uma etapa adicional de auditabilidade do sistema eletrônico de votação. O TCU já havia anunciado a realização de um processo de inspeção mais aprofundado em 4.161 urnas, com divulgação dos resultados em novembro. Como revelou o Estadão, essa auditoria servirá para “fiscalizar” a apuração paralela dos dispositivos de votação pelas Forças Armadas.

Os militares têm feito questionamentos constantes ao Tribunal Superior Eleitoral sobre o modelo de votação brasileiro. O Ministério da Defesa fez 88 questionamentos ao processo de apuração. A cobrança dos militares foi usada pelo Jair Bolsonaro (PL) para reforçar seu discurso de levantar dúvidas sobre a urna eletrônica mesmo sem provas de qualquer fraude.

“É importante que uma instituição como o TCU se pronuncie em caso de alguma intercorrência”, afirmou Bruno Dantas.

Segundo o ministro, partiu dos auditores do TCU a proposta de realizar uma inspeção adicional. O ministro esteve com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, também nesta segunda-feira, 26. No encontro, eles discutiram detalhes do novo procedimento de auditoria e a maneira como o anúncio seria feito “Não estamos fazendo apuração, exatamente por isso não divulgaremos números e não divulgaremos essa checagem imediatamente”, disse Dantas.

A auditoria em tempo real focará na checagem do resultado divulgado pelo TSE com os boletins que são impressos por todas as urnas eletrônicas ao final da votação. Esses boletins são colados na porta de casa seção eleitoral e informam quantos votos foram dados para cada candidato. O TCU vai deslocar dois técnicos para irem a 20 locais de votação selecionados aleatoriamente em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal, onde farão a captação dos boletins para conferir as informações. Dantas afirmou que a presença dos técnicos em todas as unidades federativas foi definida com o objetivo de representar fielmente o eleitorado dentro da amostra.

A operação montada pela Corte de Contas contará, ao todo, com 111 auditores que também devem fazer a análise de outras etapas de preparação das urnas, como a impressão da zerésima (folha com o nome de todos os candidatos cadastrados nos equipamentos) e o teste de integridade, que atesta o funcionamento perfeito dos sistemas instalados nos dispositivos de votação.

Os processos de auditoria definidos pelo TCU nas últimas semanas busca atestar a segurança do processo eleitoral em caso de contestação, sobretudo diante da investidas das Forças Armadas, que preparam uma operação de apuração paralela em ao menos 300 seções eleitorais. Os militares, porém, têm se recusado a divulgar detalhadamente os critérios amostrais adotados e o objetivo dessa checagem.

“Posso afirmar que se os boletins de urna são recolhidos a partir de um sistema que foi instalado em todas as urnas, é absolutamente natural que o resultado das Forças Armadas seja igual ao do TCU. Rigorosamente, não temos interesse em contrapor quem quer que seja. Mas, se tiver divergência, saberemos os critérios que os nossos auditores adotaram”, afirmou Dantas.

Estadão Conteúdo

Please follow and like us:
0
Tweet 20
Pin Share20

Lairson Bueno

Lairson Rodrigues Bueno, advogado OAB DF 19407, especialista em Direito Penal, atuando na região Centro Oeste, e, estados de São Paulo e Piauí. É formado em Direito pela UCDB - Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), cursou Estudos Sociais pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e, Teologia pela FE - Faculdade Evangélica de Brasília, pós graduado em Direito Penal e Formação Sócio Econômica do Brasil pela UNIVERSO-Universidade Salgado de Oliveira de Niterói (RJ). Mais de 70 cursos de qualificação e atualização profissional. Cursou Espanhol Básico e advogou na fronteira com o Paraguai. Ex-funcionario do Banco do Brasil por 12 anos e de cargos comissionados nas Administrações Públicas por 10 anos. Ex-presidente das Subseções da OAB por 3 mandatos, sendo dois mandatos por Samambaia (DF) e um por Taguatinga (DF). Contatos: (61) 9-8406-8620 advbueno@hotmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

RSS
Follow by Email
YouTube
Pinterest
LinkedIn
Share
Instagram
Telegram