7 de Setembro: STF teme ataque de ‘lobos solitários’ e manifestantes começam a chegar em Brasília; PMDF aumenta efetivo de segurança

7 de Setembro: STF teme ataque de ‘lobos solitários’ e manifestantes começam a chegar em Brasília; PMDF aumenta efetivo de segurança

Ônibus e caminhões não poderão entrar na Esplanada dos Ministérios. Grande esquema de segurança foi montado na capitalCorte vai colocar todo o efetivo de agentes de segurança privada trabalhando no plantão; ministros terão proteção durante todo o dia.

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reforçar a segurança da Corte no 7 de Setembro por temer ataques isolados de ‘lobos solitários’. Integrantes da área de segurança da Corte elaboraram um protocolo de ação para prevenir que apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentem furar o bloqueio montado pelos órgãos de segurança na Esplanada dos Ministérios no dia da Independência. Para garantir a proteção do prédio, a maior parte do contingente de agentes estará de prontidão para conter os desgarrados com o que chamam de uso “seletivo e proporcional da força”.

Os militantes que atenderam ao chamado do presidente Jair Bolsonaro (PL) já começam a chegar a Brasília para o ato político que vai ocorrer durante e após o desfile militar que celebra os 200 anos da Independência do Brasil. A maioria chega em caravanas que partem de todas as regiões do país, mas principalmente de estados vizinhos à capital, como Goiás, Bahia e Minas Gerais.

Não há uma coordenação central dessas caravanas, mas militantes bolsonaristas calculam que há entre 300 e 600 ônibus que já chegaram ou estão a caminho do DF. Se cada veículo carregar 45 pessoas, seriam, no mínimo, 13,5 mil visitantes de outros estados para celebrar o feriado em Brasília e mostrar apoio à reeleição do presidente.

Os veículos particulares, como ônibus, caminhões, motorhomes, carros e tratores, estarão proibidos de ocupar a Esplanada dos Ministérios, onde ocorrerá o desfile, e as forças de segurança do DF definiram três pontos principais para abrigar os grandes veículos: o Parque Leão, no Recanto das Emas; o Parque de Exposições da Granja do Torto, entre Sobradinho e Plano Piloto; e os estacionamentos do Parque da Cidade, na Asa Sul. Desde o fim de semana, porém, já era possível ver os primeiros ônibus de caravanas em estacionamentos dos setores hoteleiros de Brasília.

O tribunal não revela o tamanho do efetivo que estará destacado, mas informa que o número será 70% maior do que o escalado no ano passado. Os agentes estarão munidos de diferentes tipos de armamentos, que vão desde de tasers (armas que disparam choques elétricos) a armas longas, como submetralhadoras.

Para lidar com um possível cenário de conflito, o STF, além dos agentes da polícia judiciária, deve contar com ao menos 47 vigilantes armados e outros 98 desarmados que integram a equipe de segurança terceirizada. A Corte escalou 100% do efetivo privado para trabalhar no plantão do próximo dia 7 de Setembro.

A segurança do tribunal tem classificado as manifestações bolsonaristas deste ano como de alto risco ao prédio. O presidente tem convocado seus apoiadores por meio de discursos inflamados, nos quais cobrou que saiam às ruas “pela última vez” no 7 de Setembro.

O esquema de proteção do STF ainda contará com o apoio de outros quatro tribunais do Distrito Federal, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que concordaram em ceder agentes das respectivas Polícias Judiciais para reforçar a estrutura da Suprema Corte. Uma barreira antidrone também foi montada para evitar ataques aéreos.

Parte importante do protocolo é assegurar a segurança dos ministros. Ainda não há informações se eles estarão em Brasília no dia 7 de Setembro. O STF optou por não informar o paradeiro de cada magistrado, mas fontes no tribunal garantem que cada um terá à sua disposição um grupo da Polícia Judicial preparado para diversos cenários.

Peritos que participaram da elaboração do plano de segurança do STF sustentam que, diante do esquema reforçado pela Polícia Militar na Esplanada, como revelou o Estadão, não haveria risco de invasão às dependências da Corte. No entanto, a estratégia montada para proteção do edifício no feriado mostra que há preocupação com a segurança.

Medidas

O esquema de segurança do STF para o 7 de Setembro vem sendo negociado há meses com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e outros órgãos, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Senado, a Câmara e o Departamento de Trânsito (Detran). Como mostrou o Estadão, o governo do DF montou um protocolo de proteção da Esplanada de proporções inéditas para evitar conflitos nas manifestações convocadas por Bolsonaro, em tom ultimato aos apoiadores. A Polícia Militar local (PMDF) deixará um destacamento da Tropa de Choque ao lado da Corte para ser acionado em situações extremas. A PMDF antecipou para a noite de segunda-feira a interdição das vias que dão acesso ao Congresso e à Praça dos Três Poderes.

Os manifestantes serão impedidos de se aproximar do STF, que é tido como um dos pontos mais sensíveis da Esplanada. As forças de segurança vão instalar blocos de concreto e “caminhões barreiras” — uma novidade em relação aos atos do ano passado — para impedir que qualquer pessoa avance para além do Congresso. A Corte firmou um acordo com a PM para impedir que caminhões entrem na Esplanada, como ocorreu no feriado do ano passado. Manifestantes bolsonaristas e caminhoneiros ficaram acampados por dois dias em frente ao Congresso. Esse movimento colocou a segurança do STF em alerta vermelho, com agentes de diversas forças de segurança, durante todo o período em que os apoiadores do presidente permaneceram nas imediações do prédio.

A três quilômetros da Esplanada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também montou um esquema de reforço à segurança. A Corte se tornou o alvo preferencial de Bolsonaro na queda de braço em torno das urnas eletrônicas. A Justiça Eleitoral, porém, não deve ter o mesmo efetivo de guerra deslocado pelo STF. O TSE é classificado pela equipe da Secretaria de Segurança Pública como parte de um “perímetro secundário”, que não terá prioridade nos protocolos de proteção. A Corte Eleitoral estará fechada no dia 7 de Setembro e contará com barreiras de acesso e grades para limitar o deslocamento na área. Servidores da área de segurança institucional do tribunal dizem que eventuais ataques de radicais não estão no radar, sobretudo pela distância do local em que serão realizadas as manifestações.

Hotéis lotados

A alta adesão de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ao ato de 7 de setembro em Brasília já é perceptível na ocupação das hospedagens localizadas na região central da cidade. Segundo representantes do setor hoteleiro, nos principais estabelecimentos a taxa de ocupação para 6 a 7 de setembro varia de 70% a 100%, e com tendência de crescimento nos próximos dias.

O monitoramento da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF) ressalta que a ocupação média já está na faixa dos 80%. Nos canais virtuais de reservas, várias empresas já não têm mais disponibilidade para entrar nesta terça-feira, 6. O movimento registrado por empresários do setor apontou para chegadas entre o fim de semana e até esta terça, com saída a partir do fim do dia 7, após os atos na Esplanada do Ministério. “A expectativa é que tenhamos movimento muito semelhante ao do ano passado. Historicamente, o 7 de Setembro não gera lotação na cidade. Estou confiante de que chegaremos à lotação máxima”, comentou Henrique Severien, presidente da ABIH-DF.

O público estimado pelo governo do Distrito Federal (GDF) para o ato político e o desfile de 7 de Setembro é de 500 mil pessoas. No ano passado, a PM divulgou extraoficialmente que 400 mil pessoas haviam participado do ato na Esplanada. Os números foram contestados ao serem colocados em perspectiva com outros eventos históricos que lotaram os gramados da região em que estão localizados os Ministérios. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, reuniu 100 mil manifestantes em frente ao Congresso.

Brasília recebe visitantes em período de seca

Não chove em Brasília há mais de 120 dias. A capital vai receber os visitantes em uma Esplanada sem grama verde, com muita poeira e sol e pouca umidade.

Na tarde de domingo (4/9), por exemplo, a umidade ficou abaixo de 12%, e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho de perigo potencial para o DF. Os meteorologistas afirmam que o indicador e as altas temperaturas devem se manter nos mesmos níveis até o fim desta semana, o que aumenta riscos de incêndio florestais e exige atenção à saúde — especialmente de crianças, idosos e animais.

Da Redação do Agenda Capital / Estadão e Agências

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Lairson Bueno

Lairson Rodrigues Bueno, advogado OAB DF 19407, especialista em Direito Penal, atuando na região Centro Oeste, e, estados de São Paulo e Piauí. É formado em Direito pela UCDB - Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), cursou Estudos Sociais pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e, Teologia pela FE - Faculdade Evangélica de Brasília, pós graduado em Direito Penal e Formação Sócio Econômica do Brasil pela UNIVERSO-Universidade Salgado de Oliveira de Niterói (RJ). Mais de 70 cursos de qualificação e atualização profissional. Cursou Espanhol Básico e advogou na fronteira com o Paraguai. Ex-funcionario do Banco do Brasil por 12 anos e de cargos comissionados nas Administrações Públicas por 10 anos. Ex-presidente das Subseções da OAB por 3 mandatos, sendo dois mandatos por Samambaia (DF) e um por Taguatinga (DF). Contatos: (61) 9-8406-8620 advbueno@hotmail.com

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