Um dia após acordo com Ucrânia para exportações de grãos, Rússia ataca porto do Mar Negro
Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores ucraniano diz que o ataque é ‘cuspe na cara’ de Putin contra ONU e Turquia
A Rússia atacou a cidade portuária de Odessa, na Ucrânia, menos de 24 horas após Moscou e Kiev fecharem um acordo para retomar as exportações de grãos pelo Mar Negro, segundo afirmou a embaixadora dos EUA na Ucrânia, Bridget Brink, em sua conta oficial no Twitter.
“Ultrajante. A Rússia ataca a cidade portuária de Odessa menos de 24 horas depois de assinar um acordo para permitir embarques de exportações agrícolas. O Kremlin continua usando comida como arma. A Rússia deve ser responsabilizada”, escreveu a embaixadora.
Segundo informações da agência Reuters, o ataque atingiu duas infraestruturas do porto de Odessa. Ainda não está claro qual o tamanho do prejuízo para as exportações. Estima-se que mais de 20 milhões de toneladas de grãos estejam prontos para serem exportados.
Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko classificou o ataque da Rússia contra o porto de Odessa, na Ucrânia, como um “cuspe na cara” do presidente Vladimir Putin contra o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que trabalharam pelo acordo entre Moscou e Kiev para retomar as exportações agrícolas pelo Mar Negro.
O pacto foi assinado ontem, em Istambul, e poderia liberar mais de 20 milhões de toneladas de grãos parados no porto de Odessa desde que a guerra na Ucrânia começou, em 24 de fevereiro.
“A Ucrânia enfatiza a necessidade de implementação rigorosa dos acordos relativos à restauração da exportação segura de produtos agrícolas ucranianos através do Mar Negro a partir de três portos: Odesa, Chornomorsk e Yuzhnoye”, escreveu o porta-voz em publicação no Facebook.
Nikolenko ainda pediu que ONU e Turquia “assegurem que a Rússia cumpra suas obrigações” relacionadas ao acordo. Caso contrário, Moscou deverá ser “totalmente responsabilizada pelo aprofundamento da crise alimentar global”, concluiu.
Com Estadão