A embaixadores, Bolsonaro diz que deseja “aprimorar os padrões de transparência” das eleições
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a embaixadores nesta segunda-feira (18) que deseja “aprimorar os padrões de transparência” das eleições, segundo nota enviada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência).
“O senhor Presidente da República manteve encontro hoje com chefes de missões diplomáticas acreditadas no Brasil para intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral em curso no nosso País. O Presidente Jair Bolsonaro sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático.
Lembrou, nesse sentido, seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à Presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com mínimo financiamento público (menos de um milhão de dólares).”
O que foi dito na reunião
A reunião foi transmitida pela Emissora Brasil de Comunicação. Durante a apresentação, Jair Bolsonaro, mais uma vez, teceu críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin e classificou como “lamentável” recentes falas dos ministros.
“Quando se fala em eleições, vem a nossa cabeça transparência. E o senhor (Luís Roberto) Barroso e o senhor (Edson) Faquin começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe pela ocasião das eleições. É exatamente o contrário o que está acontecendo. O Barroso vai aos Estados Unidos dar palestra de como se tira um presidente. Ele era do TSE e do STF. Você não tem ciência de pessoas que ocupam os mesmos cargos em outros países que fiquem falando, dando entrevistas e palestras sobre opiniões pessoais sobre o governo? Lamentável a opinião do ministro Barroso, isso atrapalha o Brasil”, disse Bolsonaro.
Ele ainda colocou em xeque os resultados das eleições presidenciais de 2018, na qual foi eleito com 55,13% dos votos válidos, afirmando ter visto “centenas de vídeos” em que comprovava uma suposta fraude nas urnas eletrônicas e disse que está fazendo essas reclamações antes das eleições para que “haja tempo do TSE consertar”.
“Tenho centenas de vídeos de eleitores que, ao apertarem meu número nas urnas, aparecia o voto para outro candidato. Ao apertarem o 7, aparecia o 3. Não vi ninguém falando do outro lado. Estou falando antes para que haja tempo de consertar pelo TSE”, afirmou. Vale ressaltar que gravar ou tirar foto da urna no momento da votação é considerado crime eleitoral e a pena pode chegar em até dois anos de prisão.
O pré-candidato ainda retrucou as acusações de que ele estaria “atentando contra a democracia” ao atacar o sistema das urnas eletrônicas e rebateu que, na verdade, seria o próprio TSE quem estaria atentando ao “não liberarem o inquérito da suposta fraude de 2018”.
“Atentar contra a democracia: quem faz isso é o próprio TSE ao esconder o inquérito sobre o que aconteceu em 2018 (suposta fraude nas eleições). Não pode um magistrado (Alexandre de Moraes) ameaçar ninguém e ao falar que existe um gabinete do ódio, e que seria algo do meu Governo, falou de um ministro, mas nunca o nomeou, não mostrou uma só matéria produzida pelo gabinete do ódio. O que ele quer com isso?”, disse. (CNN)