Possível elegibilidade de Arruda movimenta bastidores de Brasília
A decisão do ministro do STF, André Mendonça, que anulou todos os atos praticados até agora pelo juízo da 7ª Vara Criminal de Brasília no caso Arruda, movimentou os bastidores da política na capital. Na semana passada, o ministro já havia decidido de forma semelhante sobre o caso da compra dos panetones,
Ao conceder parcialmente o Habeas Corpus (HC) 203367, ele reconheceu a competência da Justiça especializada para julgar o caso e anulou todos os atos praticados, até o momento, pelo juízo da 7ª Vara Criminal de Brasília, que processava o caso. O ministro André Mendonça analisou detalhadamente o processo, depoimentos e provas. Em seguida, concluiu que o crime, se houve, está relacionado às campanhas eleitorais de Arruda e, portanto, deve ser apreciado pela Justiça Eleitoral. Esse é o entendimento do STF em casos semelhantes.
A decisão do STF abre uma grande possibilidade do ex-governador Arruda (PL) se tornar elegível para disputar as eleições deste ano.
De acordo com a defesa de Arruda, a suspensão dos processos suspende também a inelegibilidade, tornando possível sua pré-candidatura ao pleito deste ano.
A entrada do ex-governador no páreo, tem provocado nos últimos dias um verdadeiro “tsunami” no meio político de Brasília.
Com a possível elegibilidade de Arruda, paira sobre o DF muitas interrogações. Será ou não candidato? Se for, vai concorrer a qual cargo? Se o ex-governador for candidato a deputado federal conseguirá ‘puxar’ um ou dois deputados? E a deputada Flávia Arruda segue pré-candidata ao Senado? Estas e outras perguntas só o tempo poderá responder. Talvez, nem o próprio Arruda tenha a resposta neste momento.
A verdade é que este fato novo provoca várias conjecturas segundo especialistas ouvidos pelo Agenda Capital.
No caso do ex-governador pelo considerável espólio eleitoral que a população do DF ainda lhe outorga, é natural que passe sim pela sua cabeça a possiblidade de disputar o GDF. Em 2008, no ápice do seu governo, atingiu quase 80% de aprovação popular, segundo as pesquisas da época.
Mesmo ainda em um cenário de indefinição sobre seu destino político, já há intensa movimentação nos bastidores sobre quem poderá ser seu vice. De acordo com uma fonte que preferiu o anonimato, é natural que seja uma liderança evangélica já testada nas urnas, e que consiga agregar valores. Hoje o segmento evangélico representa algo em torno de 38% do eleitorado no DF.
Alguns afirmam que a ex-ministra Damares poderá pleitear o cargo, porém a vaga de vice-governador é algo muito peculiar, pois o pretenso candidato terá que ter a confiança do governador. Neste cenário me parece muito mais apropriado a vaga de Senadora para a ex-ministra, pela forte convivência e representatividade no Congresso Nacional, e para os Republicanos seria um ganho muito grande.
Como na política as coisas mudam da noite para o dia, é esperar para ver. Como dizia o saudoso Magalhães Pinto: “Política é igual uma nuvem. Você olha está de um jeito. Olha de novo e já mudou”.
Da Redação do Agenda Capital