Candidato à presidência do Equador é assassinado em Quito
Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça. Ele estava em quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Um dos candidatos à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, 59 anos, foi assassinado nesta quarta-feira, 9, com três tiros na cabeça após realizar um ato de campanha na capital do país, Quito.
Carlos Figueroa, um amigo pessoal de Villavicencio, afirmou em um vídeo divulgado em redes sociais que o candidato chegou a ser levado para um hospital próximo do local dos disparos, mas não resistiu aos ferimentos.
Assessores de Villavicencio confirmaram a morte. Em um perfil do Instagram do candidato há vídeos que mostram um atentado.
Segundo o jornal “El Universo”, as pessoas que estavam no encontro de campanha ouviram disparos e então notaram que Villavicencio caiu no chão.
Vìdeos do comício publicados em redes sociais mostram que as pessoas tentaram se proteger ao ouvir os tiros.
Villavicencio apareceu em 5º lugar em uma pesquisa publicada pelo “El Universo” na terça-feira. A votação está agendada para o dia 20 de agosto.
Lasso afirma que crime não ficará impune
O atual presidente, Guillermo Lasso, afirmou em uma rede social que o gabinete de segurança vai se reunir para dar uma resposta ao crime.
“O crime organizado chegou muito longe, mas o peso da lei vai cair neles”, disse o presidente.
Ex-jornalista chegou a ser condenado por injúria
Villavicencio tinha 59 anos, era um ex-sindicalista da empresa estatal de petróleo Petroecuador, e depois se tornou um jornalista que publicou histórias em que denunciava que a companhia perdeu milhões de dólares por negócios ruins.
Entre 2021 e 2023, ele foi deputado federal. Ele se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores, e também foi líder sindical.
Ele era um adversário do ex-presidente Rafael Correa –em 2014, quando era jornalista, chegou a ser condenado a 18 meses da prisão porque a Justiça entendeu que ele cometeu injúrias contra Correa.
Ele afirmava que Correa tinha dado ordens para que o hospital da polícia fosse invadido por homens armados (na época, havia uma rebelição de policiais).
Ele foi para o Peru como exilado político.
Ameaças a autoridades
Na segunda-feira, fuincionários do Conselho Nacional Eleitoral afirmaram que estavam recebendo ameaças de morte –a presidente da instituição, Diana Atamaint, foi quem fez o alerta.
Ela afimrou que os funcionários públicos “estão expostos a essas circunstâncias, não apenas a receber ameaças, mas também à violência política”, como insultos em redes sociais.
Violência no país
O Equador enfrenta, nos últimos anos, a violência ligada ao narcotráfico, que, durante o processo eleitoral, resultou na morte de um prefeito e um candidato a deputado, além de ameaças a um candidato à presidência.
A criminalidade no país dobrou a taxa de homicídios em 2022, quando a mesma chegou a 25 a cada 100 mil habitantes, enquanto, até junho, era de 18 em 2023.
Eleições antecipadas
O Equador irá eleger um presidente, vice-presidente e os 137 parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a opositora Assembleia Nacional, em maio, para pôr fim à “crise política grave e comoção interna”.
A dissolução, que deu lugar a eleições gerais antecipadas, ocorreu em meio a um julgamento político para destituir Lasso.
Com G1