Assessor que presenciou invasão no Palácio Planalto detalha omissão da Guarda Presidencial
Em entrevista ao Metrópoles, um assessor do Planalto diz que, no dia das invasões terroristas, a sede da Presidência estava “abandonada”
Os militares do Batalhão da Guarda Presidencial do Palácio do Planalto se omitiram de proteger a sede da Presidência da República, por despreparo ou conivência. A afirmação é de um assessor do Planalto que presenciou a destruição do palácio por golpistas no dia 8 de janeiro e, em entrevista exclusiva à coluna, conta o que viu.
Sob a condição de anonimato, temendo represálias, o assessor afirma que a sensação era de que o Palácio do Planalto estava abandonado.
“Não existia comando, não existia orientação, dava a impressão de que existia um completo abandono”, detalha o assessor.
Segundo ele, os golpistas só foram controlados após a ação da Polícia Militar do Distrito Federal.
“Eu visualizei e ouvi alguns militares indicando uma saída para os invasores. Eu entendi que era uma saída que estava sendo coordenada por eles [militares]. Não era uma saída para existir qualquer tipo de prisão, mas para liberar os invasores”, lembra o assessor.
Na hora em que percebeu a inação dos policiais da guarda presidencial, o assessor recuou, por medo, segundo ele, da violência dos terroristas, e esperou alguma medida dos militares que conversavam com o grupo de invasores.
De acordo com ele, em determinado momento, agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) passaram a transitar no Palácio do Planalto, mas sem reprimir os terroristas.
“Desde a chegada dos invasores o Palácio estava abandonado, as funções e os pontos de localização dessa guarda estavam abandonados. A pergunta que fica é: onde eles estavam? Por que eles não atuaram? É impossível você acreditar que o batalhão presidencial, que é o responsável por aquela casa, não atuou conforme sua função. A pergunta é: quem estava no comando? Pra mim fica muito claro que ocorreu alguma omissão ou conivência.”
Com informações do Metrópoles/Agenda