União Brasil-DF pode “entubar” Reguffe e apoiar Ibaneis e Bolsonaro
O presidente da legenda no DF Manoel Arruda esteve com o presidente Bolsonaro onde declarou apoio no pleito de outubro deste ano. As negociações com o governador Ibaneis estão em ritmo acelerado. Reguffe espera reverter essa situação
A indefinição nos últimos meses do senador José Antonio Reguffe que trocou o Podemos pelo União Brasil e provocou muitas indefinições no tabuleiro político do DF, parece que está chegando ao fim.
Faltando apenas dois dias para o fechamento do cronograma eleitoral para a realização de convenções partidárias, candidaturas ao Palácio do Buriti ainda estão na beira da definição ou do recuo, como é o caso do senador Reguffe. O União Brasil que tem um dos ‘players’ mais competitivos para enfrentar Ibaneis Rocha (MDB), deve apoiar a reeleição do governador.
Um acordo vem sendo costurado para uma aliança do União Brasil com o Republicanos que exclua a candidatura do senador José Antônio Reguffe ao Palácio do Buriti. O presidente regional do partido, Manoel Arruda, fez um gesto nessa quarta-feira (4/8) que sinaliza essa mudança de direção. Num encontro articulado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, Manoel Arruda foi ao Palácio do Planalto declarar apoio oficial ao presidente Jair Bolsonaro.
Foi uma conversa que amarrou algumas pontas. O União Brasil vinha costurando uma aliança com o Republicanos, com a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves como candidata ao Senado. Faltava o aval de Bolsonaro, que saiu nessa quarta-feira (4/8).
Na conversa, Bolsonaro disse, segundo quem acompanhou as negociações, que referendaria a candidatura de Damares ao Senado, desde que não fosse na chapa encabeçada por Reguffe. O presidente não considera o senador brasiliense um aliado pela forma como conduziu o mandato e os votos no Senado em questões importantes contra o governo.
Assim, União Brasil e Republicanos estão juntos. Há uma possibilidade de Manoel Arruda ser o suplente de Damares. Se Bolsonaro se reeleger e a ex-ministra conquistar o mandato, Manoel Arruda poderá assumir no Senado, com o retorno de Damares para a Esplanada dos Ministérios.
Falta agora sacramentar a aliança com Ibaneis. Essa é uma estratégia ainda a ser considerada. Só por inviabilizar a candidatura de Reguffe os dois partidos já estão dando uma ajuda e tanto para o projeto de reeleição de Ibaneis. Damares e os evangélicos do Republicanos pedirão votos para Ibaneis. Na quarta-feira (4/8), o governador disse na que ainda não havia fechado com o União Brasil. “Até sexta, tudo é possível”, completou.
Mas uma coligação formal pode criar outros problemas na chapa de Ibaneis. É que o governador já tem candidata ao Senado, Flávia Arruda (PL), e uma aliança que favoreça Damares Alves criará atritos com o PL. Embora o partido já esteja desconfiado da movimentação. Integrantes do partido acreditam que um jogo desfavorável a Flávia e ao ex-governador José Roberto Arruda está em curso.
Resistência
Reguffe passou a quarta-feira (4/8) em conversas com aliados. Disse a vários políticos que vai resistir e cobrar um compromisso que lhe foi feito pelo presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, de que sua candidatura ao Executivo era para valer. A conversa ocorreu quando Reguffe aceitou migrar do Podemos para o União Brasil no início do ano. Ele teria liberdade para montar a chapa e conduzir a campanha.
Mas integrantes do União Brasil reclamam de que ele não conseguiu montar uma nominata forte para federal, objetivo principal de todos os partidos.
O senador brasiliense permaneceu nessa quarta-feira (4/8) sem comentar publicamente as negociações de seu partido. Mas postou uma mensagem enigmática no Instagram: “O mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza um dia é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as próximas gerações. Uma corrompe a vida; a outra enobrece a alma”.
Como disse o saudoso Magalhaes Pinto; “Política é como nuvem. Você olha e está de um jeito. Olha de novo e já mudou”. A história se repete na política do Distrito Federal.
*Com informações do CB