Como a iniciativa privada pode contribuir no combate ao desmatamento da Amazônia?
O tema será apresentado pela brCarbon no 9º Congresso Florestal Brasileiro em Brasília
O desmatamento na Amazônia aumenta a cada dia. Por outro lado, cresce o interesse de diferentes setores da economia global em neutralizar suas emissões de gás de efeito estufa, através de mecanismos de compensação, vem aumentando a demanda por créditos de carbono e promovendo um aumento no valor da tonelada e no número de projetos. O papel fundamental da iniciativa privada no combate ao desmatamento no Brasil e no enfrentamento à crise climática será o tema da palestra do CEO da climate tech brCarbon, Bruno Brazil, no 9º Congresso Florestal Brasileiro.
Brazil é um dos palestrantes da sessão técnica sobre “Economia de florestas nativas” que acontece no dia 14 de julho, às 16h30. No evento, o CEO da brCarbon irá apresentar e discutir números relativos ao padrão de desmatamento e a cobertura florestal remanescente hoje no país, considerando o número e o impacto potencial de projetos de carbono, com foco na geração de créditos de carbono por mecanismos de REDD+ AUD e APD.
Atualmente, existem cerca de 30 projetos de REDD+ no Brasil. Ao fim deste ano, coletivamente, esses projetos vão evitar a emissão de 20 milhões de toneladas de CO2e, o que representa aproximadamente 30 mil hectares de desmatamento evitado e equivale a 2% do desmatamento reportado pelo INPE no bioma Amazônia no último período monitorado. “Em outras palavras, essa é hoje a contribuição da iniciativa privada na redução do desmatamento e no enfrentamento à crise climática. Contudo, em função da grande demanda do mercado por créditos de carbono, espera-se que o número de projetos de REDD+ e o impacto de sua implementação cresça ao menos 10 vezes até o final desta década. Assim, a expectativa é a de que a iniciativa privada contribua com pelo menos 20% da redução do desmatamento observado hoje no Brasil em médio prazo”, avalia Bruno Brazil.
Congresso Florestal Brasileiro
O 9º Congresso Florestal Brasileiro acontece de 12 a 15 de julho. É um evento técnico/científico que vai debater o uso sustentável e a gestão de florestas nativas e plantadas no país. Estarão no evento profissionais, instituições e empresas que atuam no setor florestal, com inovações e atualizações científicas e tecnológicas, focadas nos desafios e nas oportunidades para a gestão, o uso sustentável, a conservação das florestas brasileiras e o desenvolvimento social.
Na programação, além dos painéis e apresentações de trabalhos científicos, acontecem 24 sessões técnicas onde participam 150 especialistas que irão debater assuntos relacionados com o tema. As sessões serão organizadas e transmitidas de forma simultânea, seis por dia, durante os quatro dias de congresso. Cada sessão terá 3h30min de duração, com intervalo de 30min. Envolverão exposições de quatro a seis especialistas, com a presença de um(a) moderador(a). A interação com o público do congresso se dará por meio de perguntas enviadas aos moderadores, e por meio de contribuições e perguntas apresentadas diretamente durante as sessões.
A brCarbon
A brCarbon (BRC) é uma climate tech que promove soluções climáticas naturais com recursos financeiros do mercado de carbono para mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais. Atua com estratégias e tecnologias inovadoras para viabilizar ações de conservação florestal, restauração ecológica e agropecuária e extrativismo sustentável, além de desenvolvimento das comunidades locais. Uma das frentes de trabalho é a geração de créditos de carbono para produtores rurais por meio da conservação de áreas florestais dentro de suas propriedades. Além do ganho ambiental e benefícios climáticos, a manutenção da floresta em pé do excedente da reserva obrigatória por lei é transformada em resultado financeiro para os proprietários. Fundada em novembro de 2020 e com sede em Piracicaba (SP), conta com uma diretoria técnica com 15 anos de experiência no mercado voluntário de carbono. Nos próximos três anos, a brCarbon pretende expandir sua atuação em oito estados da Amazônia Legal, atingindo a conservação de 1,5 milhão de hectares e beneficiando mais de 500 famílias tradicionais ribeirinhas.
Fonte: Tudo ok