Eleições 2022: A inteligência do STF monitora grupos, redes sociais e a ‘deep web’ e tem plano contra ameaças reais
Caso algum louco planeje se aproximar, Corte está apta para detectar e abortar o movimento.
Os ministros do Supremo unificaram o discurso e praticamente todos dizem que as ameaças do presidente Jair Bolsonaro não passam de bravatas e não haverá golpe nenhum, para depois engatar uma ressalva: … mas convém ficar de olho. É a velha história: “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”.
Por isso, o presidente da Corte, Luiz Fux, só transmitirá o cargo à ministra Rosa Weber no limite do prazo, 9 de setembro. Quer estar à frente do Supremo nos dias 7 e 8, quando a expectativa é de novos ataques de Bolsonaro às eleições, à Justiça, ao TSE e ao próprio Supremo.
Assim, Fux não só pretende manter o protagonismo na crise institucional fabricada por Bolsonaro como preservar Rosa Weber de uma esgrima verbal com o presidente da República já na sua estreia na presidência do Supremo. O temor é de uma repetição do Dia da Pátria do ano passado, quando Bolsonaro ultrapassou todos os limites e estressou o País.
Apesar de Fux manter canais com Bolsonaro, o STF já tem um plano definido para a segurança do prédio e dos ministros: a Polícia Judiciária está em alerta e a PF e o Governo do Distrito Federal deverão ser acionados para criar um cinturão de 7 metros de diâmetro e três camadas de barreira em torno do tribunal.
O Supremo também monitora as redes sociais do presidente e de seus opositores e grupos suspeitos na internet, inclusive na “deep web”. Caso algum louco planeje se aproximar, como aqueles malucos fantasiados de Ku Klux Klan, por exemplo, a inteligência da Corte está apta para detectar e abortar o movimento.
As bruxas andam soltas, falantes, e todo o cuidado é pouco. A extrema esquerda já não é de brincadeira e, do outro lado, Bolsonaro anda mal nas pesquisas, a inflação e a fome campeiam e o maior sinal da impotência do governo é o presidente e o ministro da Economia implorando por congelamento de preços.
Nos EUA, só restou a Bolsonaro falar das maravilhas da Amazônia, sem uma palavra sobre os recordes do desmatamento; enaltecer o Brasil por alimentar um bilhão de pessoas no mundo, sem mencionar os 33 milhões de brasileiros com fome; destacar a “busca incansável” do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, enquanto ONU, STF, Greenpeace e o mundo cobram agilidade.
Quanto mais desespero Bolsonaro demonstrar, enquanto se diverte em motociatas até em Orlando, mais os ministros do STF repetirão que não haverá golpes, mas que golpes existem, lá isso existem. E tomando as devidas providências.
Da Redação com infrmações do Estadão