Operação Pomona: Gaeco deflagra Operação para apurar superfaturamento em locação de terreno para o IGES-DF
Contrato de locação de imóvel teria diversas ilegalidades e “indícios consistentes” de direcionamento em favor de empresários locais
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Gaeco), com o apoio da Polícia Civil do DF, desencadeou nesta manhã (31) a Operação Pomona, com o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão com foco no Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (IGES-DF).
As medidas são diligências para investigação em curso relacionada à venda de um terreno da Terracap, que segundo a apuração, teve desconto de 50% e posterior locação do imóvel, no SIA, para o IGES-DF.
Os mandados são cumpridos em Maceió (AL), Formosa (GO) e Distrito Federal. Entre os alvos das buscas estão o ex-presidente do IGES-DF e ex-secretário de Saúde Francisco Araújo Filho, José Tenório da Silva Neto, ex-administrador regional do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a sede do IGES-DF, a empresa CEPE (Comércio Importação e Exportação de Alimentos ltda), o sócio-administrador da empresa, Guilherme Carissimi, e o empresário Marcelo Perboni, que também representa a CEPE, além de servidores do GDF.
Segundo a investigação, a venda do terreno para a CEPE foi facilitada e o valor da locação do imóvel está superfaturado.
O nome da operação faz alusão à deusa Pomona, da mitologia romana, que é associada à abundância das frutas e pomares, ramo econômico explorado pelos empresários investigados na operação.
Perboni é um empresário influente. Amigo de vários políticos, ele reuniu mais de 1,5 mil pessoas na festa de 15 anos da filha, em 2019. Em 2020, cedeu a casa para a comemoração da eleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados.
O outro lado
O advogado Cleber Lopes, que representa Francisco Araújo, divulgou uma nota: “A defesa de Francisco Araujo Filho, considera a busca e apreensão deflagrada hoje, como sendo desnecessária, inadequada e, até mesmo, atentatória à dignidade da pessoa humana, pois o ex-secretário de saúde já foi alvo de três buscas, às quais nada produziram de relevante. Parece mesmo, com todo o respeito, que o Ministério Público age com o propósito de desmoralizar o ex-secretário de saúde”.
O Iges-DF informou “que teve conhecimento da operação por meio da imprensa e não tem mais detalhes”. De acordo com o instituto, a investigação não tem relação com a atual gestão. O Iges ainda se colocou à disposição da Justiça e dos órgãos investigadores e fiscalizadores a fim de colaborar com qualquer apuração.
Com PCDF/CB/Metrópoles/Agenda Capital/DFLIVRE