Atendimento virtual do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais amplia acesso à vacinação no DF

Atendimento virtual do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais amplia acesso à vacinação no DF

Plataforma já conecta 84 UBSs e permite atendimento remoto para pacientes com condições específicas; mais de 7 mil formulários foram cadastrados em menos de um ano

O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), localizado no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), atende pessoas com quadros clínicos especiais há pouco mais de um ano. E, em agosto do ano passado, o serviço foi ampliado – a criação do Crie Virtual permite que vacinas especiais cheguem diretamente às unidades básicas de saúde (UBSs), o que dispensa o deslocamento dos pacientes até o centro. Até o momento, 84 UBSs do Distrito Federal estão conectadas à plataforma, com previsão de chegar a 90 nos próximos meses.

A nova plataforma, que recebe em média 50 formulários por dia, permite que pacientes sejam avaliados remotamente, sem a necessidade de deslocamento até o centro. Atualmente, o sistema registra 7.020 formulários cadastrados. Desses, 6.510 foram encaminhados às salas de vacinação da rede básica e 510 ao atendimento presencial no Crie, antes de seguirem com o calendário vacinal em uma UBS perto de casa.

O secretário de Saúde (SES-DF), Juracy Lacerda, destaca que o trabalho do Crie é essencial para garantir a imunização segura de pessoas com condições clínicas especiais: “Seguimos avançando na ampliação dos atendimentos com a implementação do Crie Virtual, planejado para levar o serviço a mais unidades básicas e promover o acesso humanizado e ágil em toda a rede pública”.

De janeiro até a primeira quinzena de junho de 2025, o centro realizou mais de 3,9 mil atendimentos presenciais e aplicou mais de 7,5 mil vacinas. No último ano, a equipe também prestou atendimento presencial a mais de 8,3 mil pessoas, sem contar com as orientações e esclarecimentos feitos por telefone a pacientes e profissionais das UBSs.

O centro realizou mais de 3,9 mil atendimentos presenciais e aplicou mais de 7,5 mil vacinas de janeiro até a primeira quinzena de junho de 2025

Neste ano, os atendimentos presenciais por faixa etária ficaram distribuídos da seguinte forma: 827 pacientes entre 1 mês e 2 anos; 431 entre 3 e 9 anos; 196 entre 10 e 19 anos; 1.790 entre 20 e 59 anos; 721 entre 60 e 100 anos. Do total, 1.713 são mulheres e 2.252 são homens. A vacina mais aplicada nesse público foi a Haemophilus influenzae tipo b (Hib), que protege contra infecções graves como meningite e pneumonia, especialmente em crianças, com 1.177 doses. Em seguida, aparece o imunizante contra a Hepatite A, com 880 aplicações.

Para ser atendido pelo Crie, o paciente precisa apresentar uma condição clínica que justifique o uso de imunobiológicos especiais, como comorbidades, imunossupressão ou outras situações que aumentem a vulnerabilidade. Entre os perfis atendidos estão transplantados de órgãos ou medula óssea, pacientes oncológicos, pessoas que vivem com HIV, cardiopatas, hepatopatas, crianças e adultos com síndromes genéticas, além de prematuros. “Para cada tipo de condição há um rol específico de vacinas. O calendário é montado de forma personalizada, considerando as necessidades do paciente”, explica a enfermeira e responsável técnica do Crie, Isabel Toledo.

O atendimento, no entanto, não é espontâneo: é necessário apresentar encaminhamento médico, seja da rede pública ou particular, com relatório que descreva a condição de saúde e, preferencialmente, o CID (Classificação Internacional de Doenças). Esse documento pode ser entregue presencialmente ou enviado por meio do Crie Virtual. A agenda é organizada com horário marcado – o agendamento pode ser feito por telefone, que atende usuários de todo o Distrito Federal e entorno, ou presencialmente, após análise da documentação. “O paciente passa por avaliação médica, tem seu calendário vacinal elaborado e, no mesmo dia, já pode receber as primeiras doses. As demais são programadas e orientadas”, detalha Isabel.

Sobre o perfil dos atendidos, a maior parte é composta por adultos de 20 a 59 anos, seguidos por bebês de até 2 anos. Também há atendimento para pessoas que convivem com os pacientes, especialmente em casos de transplante, que passam por avaliação.

Para ser atendido pelo Crie, é preciso apresentar uma condição clínica que justifique o uso de imunobiológicos especiais, como comorbidades e imunossupressão

Atendimento

Em agosto de 2023, a enfermeira Priscila Alencar, 42, foi submetida a um transplante de medula óssea após o diagnóstico de mieloma múltiplo, um câncer hematológico. A partir desse procedimento, precisou reiniciar todo o calendário vacinal, com aplicação de imunizantes específicos e em ambiente controlado, como o oferecido pelo Crie.

Na consulta, a equipe analisou o histórico médico encaminhado pela hematologista e traçou o novo calendário vacinal, considerando as restrições para pacientes imunossuprimidos, como a impossibilidade de tomar vacinas com vírus vivos antes de dois anos do transplante.

Segundo Priscila, o acolhimento e a atenção recebida foram diferenciais no processo de cuidado. “Mesmo sabendo que eu era profissional de saúde, me explicaram tudo com calma e carinho. O atendimento é humanizado, desde a triagem até a aplicação das vacinas. Sempre com um sorriso no rosto e atenção às particularidades de cada paciente”, destaca. Ela também ressalta a importância do registro adequado no sistema de informação e elogia a possibilidade de acompanhar as doses pela caderneta digital: “É um serviço essencial, que precisa ser valorizado e ampliado. Eu fui muito bem acolhida e espero que mais pessoas tenham acesso a esse cuidado tão necessário”.

Crie Virtual

O cadastro no Crie começa com o relatório médico que indica a necessidade de imunização especial. Com esse documento e o cartão de vacinas em mãos, o paciente deve procurar a UBS mais próxima de casa, onde será inserido no sistema do Crie Virtual por um profissional da sala de vacina.

O formulário do Crie Virtual segue um protocolo específico e inclui dados como nome do paciente, nome da mãe, endereço, unidade básica de saúde (UBS) de origem, relatório médico, exames e histórico vacinal. A equipe do Crie avalia essas informações, consulta os sistemas oficiais de registro de vacinação e monta um calendário individual. Esse plano é encaminhado à UBS indicada, que será responsável por aplicar as vacinas.

Isabel Toledo, responsável técnica do Crie: “O paciente passa por avaliação médica, tem seu calendário vacinal elaborado e, no mesmo dia, já pode receber as primeiras doses”

Vacinas disponíveis

Entre os imunizantes fornecidos pelo Crie estão a vacina hexa acelular (DTPa/Hib/HB/VIP); a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis acelular adulto (dTpa); a Haemophilus influenzae tipo b conjugada (Hib); a vacina contra hepatite A adulto (HA) e hepatite B recombinante (HB); a vacina HPV4 (6, 11, 16 e 18); a meningocócica C conjugada (MenC); a meningocócica ACWY conjugada (MenACWY); a pneumocócica polissacarídica 23 valente (VPP23); a pneumocócica conjugada 13 valente (VPC13); e a vacina contra poliomielite 1, 2 e 3 inativada (VIP).

Além dessas, o centro também disponibiliza a vacina contra gripe para pacientes com alergia ao ovo, e um esquema específico para aplicação do imunizante contra a febre amarela em pacientes alérgicos, sempre com acompanhamento médico e observação após a dose.

Eventos adversos

O Crie também é referência para os chamados Eventos Supostamente Associados à Vacinação ou Imunização (Esavi). “Quando ocorre uma reação adversa grave, o paciente é encaminhado para cá. A equipe médica faz a investigação, pede exames, acompanha de perto e ajusta o esquema vacinal, se necessário”, explica Priscila.

A enfermeira destaca que um Esavi nem sempre têm relação causal com a vacina, ou seja, ele pode não ter sido causado pela vacina, mas sim por outro fatores.

Fonte: Ag. Brasilia

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Lairson Bueno

Lairson Rodrigues Bueno, advogado OAB DF 19407, especialista em Direito Penal, atuando na região Centro Oeste, e, estados de São Paulo e Piauí. É formado em Direito pela UCDB - Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), cursou Estudos Sociais pela UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e, Teologia pela FE - Faculdade Evangélica de Brasília, pós graduado em Direito Penal e Formação Sócio Econômica do Brasil pela UNIVERSO-Universidade Salgado de Oliveira de Niterói (RJ). Mais de 70 cursos de qualificação e atualização profissional. Cursou Espanhol Básico e advogou na fronteira com o Paraguai. Ex-funcionario do Banco do Brasil por 12 anos e de cargos comissionados nas Administrações Públicas por 10 anos. Ex-presidente das Subseções da OAB por 3 mandatos, sendo dois mandatos por Samambaia (DF) e um por Taguatinga (DF). Contatos: (61) 9-8406-8620 advbueno@hotmail.com

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